Elvas recebeu primeiro foral de D. Sancho II, em 1229, e Foral Novo de D. Manuel, em 1512, no ano anterior à sua elevação a cidade. Embora se tenha certamente erguido um pelourinho na sequência da carta de foral manuelina, nada se conhece actualmente desse monumento.
O pelourinho de Elvas será na realidade o mesmo que se erguia no antigo concelho de Ouguela (hoje integrado em Campo Maior), que recebeu Foral Novo no mesmo ano de 1512. A extinção do concelho, no século XIX, poderá ter justificado a retirada da picota, cuja localização ainda é evocada no topónimo do Largo do Pelourinho, no interior do castelo.
A coluna quinhentista terá sido desmontada em 1872, e os seus componentes levados para Elvas, onde ficaram depositados no Museu Municipal. Remontado em c. 1942, desta feita na localização actual (diante da Sé), recebeu algumas peças novas, em parte identificáveis através da observação cuidada do monumento. Será o caso do pedestal, em mármore, e dos degraus de acesso ao fuste, já que os originais terão ficado em Ouguela. Também o capitel e o remate são nitidamente peças modernas, embora os ferros de sujeição, intactos, sejam supostamente quinhentistas (Luís KEIL, 1943).
Sobre uma plataforma octogonal, talhada para vencer o desnível do terreno, ergue-se um soco de quatro degraus também octogonais, de aresta viva, servindo de suporte à coluna. O fuste assenta sobre base prismática, decorada com uma molduração horizontal, e rematada por escócia decorada com bolas, e bocel.
O fuste, cilíndrico, é composto por dois troços de altura idêntica, espiralados sinistorsum, com espirais decoradas por fiadas de bolas, unidos por anel central torso. O capital é composto por coxim cilíndrico liso, com bolas, e ábaco quadrado saliente, ornado de um motivo espinhado, e rematado por moldura em torsade. Os ferros de sujeição, em cruz, com o formato de serpes e conservando as argolas, foram inseridos entre o capitel e o remate piramidal, com arestas decoradas por bolas.
Fonte: Portugal +
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